Os perigos da internet na vida do seu filho e como evitá-los

Tempo de leitura: 9 minutos

As crianças estão cada vez mais presentes na internet e prova disso é que boa parte de todo conteúdo produzido na web hoje é voltado para elas.

São milhares de canais infantis no YouTube, milhões de fanpages para adolescentes nas redes sociais e por aí vai.

Tudo isso tem o seu valor. O acesso a informação e o conhecimento que nossos filhos adquirem na internet é inestimável.

Com uma única pesquisa, hoje, uma criança pode descobrir mais sobre determinados assuntos do que você aprendeu durante toda uma vida fora da internet.

Porém, nem tudo são rosas no ambiente digital. A facilidade de conexão entre as pessoas que estão distantes também trouxe para perto do seu filho perigos que antes não existiam.

Pensando na segurança da minha filha, como eu sei que você se preocupa com os seus, decidi criar este artigo.

Nas linhas abaixo você vai conhecer uma relação dos perigos que o seu filho corre ao usar a internet e, mais que isso, vai aprender a protegê-lo destes riscos!

Abuso sexual de crianças e adolescentes na internet

Garoto com a mão no rosto aparentando tristeza.

Um dos maiores medos que os pais enfrentam é o do abuso sexual de seus filhos. E com razão, pois esse tipo de assédio pode gerar traumas que duram para o resto da vida.

Abaixo, apresento uma lista com os principais tipos de violência sexual que acontecem na internet e, no final do artigo, você encontra um guia sobre como se proteger deles.

Exploração sexual infantil

A exploração sexual na internet é um problema que vem sendo combatido por todos os países do mundo.

E ele acontece quando adultos coletam imagens ou materiais sexuais de crianças e adolescentes com o intuito de disseminar, comprar ou vender na web.

Muitas vezes estes materiais são conseguidos sem o consentimento dos nossos jovens, através de extorsões e ameaças.

Grooming

Intimamente ligado a exploração sexual, surgiu o que chamamos de Grooming.

Basicamente, trata-se de uma estratégia implementada por criminosos para ganhar a confiança dos jovens, a fim de conseguir materiais de cunho sexual.

Essa estratégia é baseada na criação de um vínculo com a criança ou adolescente.

O criminoso finge ser uma pessoa da idade da vítima e consegue manipulá-la através de um falso compartilhamento de gostos e preferências.

Com o tempo, a criança vai criando confiança no predador até que essa intimidade fique forte o bastante para que ela entregue, sob pressão psicológica e emocional, fotos ou vídeos eróticos e sexuais.

Sextorsão

A sextorsão é o termo utilizado para conseguir mais materiais de cunho sexual, geralmente é o segundo passo depois de se obter através do grooming um primeiro vídeo ou imagem erótica.

Então, em posse de um primeiro material, o criminoso começa a extorquir a criança para que ela continue produzindo mais e mais conteúdo sexual.

Geralmente, isso é vendido e disseminado nos sites da internet tradicional e na Deep web.

Fake Sex

Porém, nem somente de coisas reais vivem os assediadores sexuais na web. Muitas vezes, eles utilizam o fake sex.

Fake sex é a tática de manipular digitalmente uma imagem ou vídeo, para que pareça com a vítima.

Dessa maneira, o criminoso consegue chantagear a criança para que ela produza conteúdos sexuais, que serão vendidos para outros pedófilos.

Violência e assédio moral na internet

Garoto sentado em uma escada, olhando a internet pelo celular.

Além dos perigos de cunho sexual, outra grande preocupação e que – infelizmente – se tornou corriqueira na web é a violência e o assédio moral.

Esse crime é muito grave, capaz de deixar sequelas emocionais e físicas muito profundas em nossos filhos.

Geralmente, crianças e adolescentes que passam por este tipo de violência acabam se tornando pessoas depressivas ou com sérios problemas de convivência em sociedade.

Abaixo, você confere uma lista de situações que se enquadram nesse tipo de perigo.

Cyberbullying

Infelizmente, o cyberbullying tem se tornado algo “normal” no meio digital. Todos os dias milhares de jovens são expostos a ele na web.

De acordo com a ONU, cerca de 55% dos jovens latino-americanos já sofreram com o bullying digital pelo menos uma vez.

Esse número é alarmante e muitas vezes a situação é tratada como uma “brincadeira” entre amigos.

Porém, o que acontece na prática é um grupo de pessoas mal-intencionadas divulgando mensagens ou imagens cruéis sobre outra pessoa na internet, com o objetivo de humilhar a mesma.

Conteúdos de ódios e doutrinação

Outro risco que os jovens estão expostos na internet são os conteúdos de ódio e doutrinação, ou seja, materiais que incentivam a violência física e outros crimes de ódio, como o racismo, xenofobia, homofobia, entre outros.

É importante saber que determinados conteúdos com mensagens que geram extremismos, sejam eles, políticos, sociais e raciais não são saudáveis para crianças.

A exposição a este tipo de extremismo é altamente danoso para uma personalidade em desenvolvimento!

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Por isso, incentivar ou permitir o consumo desse tipo de conteúdo em fóruns, fanpages e vídeos é muito perigoso para qualquer criança.

Principalmente porque, no futuro, ela pode acabar se tornando vítima desses mesmos grupos devido a uma atitude mal interpretada.

Happy Slapping

Considerado um tipo de cyberbullying, porém que extrapola os limites da web, existe o Happy Slapping.

Isso ocorre quando outros jovens agridem fisicamente um indivíduo enquanto a ação é filmada ou fotografada com o intuito de divulgar na internet.

Como evitar estes perigos

Garota olhando um tablet, exposta aos perigos da internet

Como nós vimos acima, existem diversos perigos que rondam nossos filhos na internet e todos eles podem ter efeitos físicos e morais.

Por isso, resolvi me aprofundar no tema e colher as melhores maneiras de evitar estes crimes.

Uma boa conversa

Apesar das coisas ocorrerem na internet, os resultados disso serão colhidos na vida real e, portanto, é preciso começar a agir presencialmente.

Estabelecer um bom diálogo com o seu filho é o primeiro passo para poder ter uma relação de confiança, o que já serve para evitar a maior parte dos perigos citados acima…

Principalmente os relacionados a exploração sexual.

Neste artigo eu explico maneiras práticas e rápidas de como criar essa relação de confiança desde os primeiros meses de vida de uma criança.

Portanto, procure sempre conversar com o seu filho sobre estes perigos e mostrar que você está ali não para julgar ou punir, mas sim para ajudá-lo nestas situações adversas.

Se mostrar presente como um refúgio seguro quando algo der errado é o que fará com que ele não hesite em lhe contar tudo que acontece no ambiente digital em que ele está inserido.

Mas, para isso, é preciso que você também aprenda a ouvir. A dar atenção de fato ao que a criança está falando.

Pois, no meio de alguma coisa que pode ser totalmente desinteressante para você, ela pode acabar revelando algum perigo virtual que ela está correndo, mas que não sabe identificar.

Por exemplo, se ela joga online e gosta de falar sobre suas experiências nestes jogos, pode ser o momento ideal para perguntar sobre com quem ela joga e como são estas pessoas.

Muitos pedófilos e extremistas costumam captar suas vítimas justamente nesses ambientes de game online, pois a maioria dos pais não dão a devida atenção ao que acontece por lá.

Mas, além dessa conversa, uma boa maneira de proteger seu filho é monitorando e limitando o acesso dele a determinados conteúdos.

E o no próximo tópico você confere alguns aplicativos e ferramentas que podem lhe ajudar a criar esses filtros.

3 aplicativos que ajudam a monitorar as atividades do seu filho na internet

Pai ensinando o filho a usar a internet.

Mesmo com uma relação de confiança, criar filtros e estabelecer limites pode ser o que faltou em muitos casos de crimes virtuais contra crianças e adolescentes.

Por isso, listei 3 aplicativos que você pode utilizar para evitar que seu filho tenha acesso a conteúdos perigosos na internet:

Disponível para Android e iOS, esse aplicativo do Google é o mais popular nesse quesito, pois oferece aos pais controle sobre:

  • Compras realizadas no Google Play;
  • Filtros de resultados de pesquisa no buscador;
  • Verificação de localização da criança;
  • Configurações de limites de tempo de uso do dispositivo (celular, tablet, etc.);
  • Revisão das permissões dos aplicativos que ele utiliza;
  • E criação de uma conta Google “infantil” com um filtro de conteúdo de acordo com a idade da criança.

2. Controle Parental Screen Time

Com versões para Android e iOS, o Controle Parental Screen Time permite aos pais uma gama de monitoramentos como:

  • Quanto tempo o filho passa na internet;
  • Quais aplicativos está usando;
  • O que têm pesquisado na web;
  • Quais sites acessou;
  • E receber uma notificação toda vez que a criança baixar um novo aplicativo.

3. Kaspersky Safe Kids

Também disponível para todos os sistemas operacionais, o Kaspersky Safe Kids foi desenvolvido por uma empresa especialista em segurança online.

Por isso, ele possui alguns recursos bem interessantes, como:

  • Bloqueio de acesso a determinados conteúdos;
  • Definição de um tempo limite para uso do aparelho;
  • Montar uma lista personalizada de sites e aplicativos que a criança pode ou não acessar;
  • Bloquear resultados suspeitos de ódio ou violência sexual nos buscadores;
  • E localização em tempo real.

Conclusão

Quando se trata de proteger nossos filhos das maldades que acontecem mundo a fora, todo esforço e dedicação é válido. Por isso, não se culpe por estar querendo apenas o bem do seu filho. Ele mesmo pode não entender agora, mas os perigos existem e são necessário protegê-los.

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